sexta-feira, 22 de julho de 2011

Antunes Filho

Antunes Filho (José Alves Antunes Filho), dramaturgo e diretor de teatro, nasceu em São Paulo/SP, em 12 de dezembro de 1929). Pertence à primeira geração de personalidades do teatro brasileiro, sendo um dos discípulos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). É conhecido também pela sua participação ativa no movimento de renovação cênica entre 1960 e 70, e por fazer parte do Centro de Pesquisas Teatrais (CPT).

Sua carreira no teatro começa, em 1952, como assistente de direção no Teatro Brasileiro de Comédia, onde auxilia em espetáculos dirigidos por Ziembinski, Adolfo Celi, Luciano Salce, Ruggero Jacobbi e Flaminio Bollini. A primeira peça que assina como diretor é a comédia Week-End” de Noël Coward, em 1953, encenada no Teatro Íntimo Nicette Bruno.

Em 1958, funda sua própria companhia, o Pequeno Teatro de Comédia, e dirige na estreia o espetáculo O Diário de Anne Frank, com a atriz Dália Palma. Pelo trabalho, Antunes recebe o prêmio de melhor diretor pela Associação Brasileira de Críticos de Arte – APCA e pela Associação Carioca de Críticos Teatrais – ACCT. Em suas peças seguintes, o diretor continua a seguir a linha estética do realismo, como em Alô... 36-5499 e Pic-Nic, ambas de 1959.

Após sua viagem à Itália, em 1960, onde faz estágio com Giorgio Strehler, no Piccolo Teatro de Milão, retorna ao País e dirige As Feiticeiras de Salém, de Arthur Miller, e encerra as atividades do Pequeno Teatro de Comédia, em 1961, com a montagem de Sem Entrada, sem Mais Nada, de Roberto Freire.

Seu primeiro contato com as obras de Nelson Rodrigues acontece em 1965, quando dirige A Falecida para a Escola de Arte Dramática – EAD. Monta no mesmo ano A Megera Domada, de William Shakespeare, que é a peça de estreia do Teatro da Esquina, grupo que funda com outros artistas do teatro.

Dois anos depois, seu primeiro fracasso. A montagem de Júlio Cesar é mal recebida pelo público e pela crítica, sendo vaiada em uma apresentação no Teatro Municipal de São Paulo. Recupera o prestígio um ano depois com a peça Black-Out, de Frederick Knott, com destaque para a interpretação de Eva Wilma.

Durante a década seguinte, desenvolve trabalhos que variam entre o monólogo – Corpo a Corpo, com Juca de Oliveira – e as adaptações de obras já conhecidas – Bonitinha mas Ordinária –, mas seu maior sucesso acontece em 1978 com a montagem de Macunaíma, adaptação da obra de Mário de Andrade, espetáculo que se tornou referência de diversos artistas e percorreu o Brasil e o mundo, sendo encenado em mais de 20 países.

Na década de 1980, Antunes dirige obras voltadas ao público jovem. Aproveita o fim da ditadura e monta diversos espetáculos em oficinas teatrais, tendo como base pesquisar o universo de um texto dramático e construir uma dramaturgia a partir dele. Começa assim uma nova fase em sua carreira, conseguindo subsídios para pesquisa do Serviço Social do Comércio – Sesc. Assim, cria o Centro de Pesquisa Teatral – CPT, escola de formação e grupo permanente. Ousa, em 1990, com o lançamento de Nova Velha História, tendo como base os textos infantis dos Irmãos Grimm, construindo o texto em uma língua imaginária.

Na década seguinte, dirige tragédias elogiadas pela crítica, como Fragmentos Troianos e Medeia, ambas adaptações de textos de Eurípides. Com A Pedra do Reino, de 2006, recebe o Prêmio Bravo! de Melhor Espetáculo Teatral do Ano. Tem uma breve incursão no cinema no ano de 1968, em que dirige o filme Compasso de Espera, com Stenio Garcia.

Fontes: Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro; Wikipédia, a enciclopédia livre.

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