sexta-feira, 22 de julho de 2011

Plínio Marcos

Plínio Marcos (Plínio Marcos de Barros), escritor, ator, diretor e jornalista, nasceu em Santos, SP, em 29/09/1935, e faleceu em São Paulo, SP, em 29/11/1999. Autor de inúmeras peças de teatro, escritas principalmente na época da ditadura militar, foi também ator, diretor e jornalista.

De família modesta, Plínio não gostava de estudar e terminou apenas o curso primário. Foi funileiro, jogador de futebol, serviu na Aeronáutica e jogou na Portuguesa Santista, mas foram as incursões ao mundo do circo, desde os 16 anos, que definiram seus caminhos. Atuou em rádio e também na televisão, em Santos.

Em 1958, por influência da escritora e jornalista Pagu, começou a se envolver com teatro amador em Santos. Nesse mesmo ano, impressionado pelo caso verídico de um jovem currado na cadeia, escreveu sua primeira peça teatral, Barrela. Por sua linguagem crua, ela permaneceria proibida durante 21 anos após a primeira apresentação.

Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde inicialmente trabalhou como camelô. Depois, trabalhou em teatro, como ator (apareceu no seriado Falcão Negro da TV Tupi de São Paulo), administrador e faz-tudo, em grupos como o Arena, a companhia de Cacilda Becker e o teatro de Nydia Lícia. A partir de 1963, produziu textos para a TV de Vanguarda, programa da TV Tupi, onde também atuou como técnico. No ano do golpe militar, fez o roteiro do espetáculo Nossa gente, nossa música. Em 1965, conseguiu encenar Reportagem de um tempo mau, colagem de textos de vários autores, e que ficou apenas um dia em cartaz.

Juca de Oliveira

Juca de Oliveira (José Juca de Oliveira Santos), ator e dramaturgo, nasceu em São Roque, SP, em 16/03/1935. Intérprete de marcantes intervenções, soube galvanizar a platéia com seu estilo eloqüente; tornou-se autor de costumes a partir dos anos 80, alcançando grande sucesso.

Após se formar na Escola de Arte Dramática, estreiou no Teatro Brasileiro de Comédia, sob a direção de Flávio Rangel, protagonizando A Semente, texto de Gianfrancesco Guarnieri de 1961. No mesmo ano, em A Morte de uma Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, obteve significativa premiação.

No Arena participou de A Mandrágora, de Maquiavel, em 1963, e O Melhor Juiz, o Rei, de Lope de Vega, no mesmo ano, duas encenações de Augusto Boal. Novamente com Flávio Rangel, integrou a equipe de Depois da Queda, em 1964, outro texto de Arthur Miller protagonizado por Maria Della Costa e Paulo Autran.

Com Dois na Gangorra, de William Gibson, e A Cozinha, de Arnold Wesker, em 1968, bem-sucedida encenação de Antunes Filho, Juca alcançou expressivo reconhecimento como intérprete. O que o levou a protagonizar, em 1972, a criação de José Renato, Paulo Pontes e Milton Moraes Um Edifício Chamado 200, direção de José Renato, em que ganhou o Prêmio Molière de melhor ator e, no ano seguinte, o monólogo Corpo a Corpo, texto de Oduvaldo Vianna Filho conduzido por Antunes Filho.

Antunes Filho

Antunes Filho (José Alves Antunes Filho), dramaturgo e diretor de teatro, nasceu em São Paulo/SP, em 12 de dezembro de 1929). Pertence à primeira geração de personalidades do teatro brasileiro, sendo um dos discípulos do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). É conhecido também pela sua participação ativa no movimento de renovação cênica entre 1960 e 70, e por fazer parte do Centro de Pesquisas Teatrais (CPT).

Sua carreira no teatro começa, em 1952, como assistente de direção no Teatro Brasileiro de Comédia, onde auxilia em espetáculos dirigidos por Ziembinski, Adolfo Celi, Luciano Salce, Ruggero Jacobbi e Flaminio Bollini. A primeira peça que assina como diretor é a comédia Week-End” de Noël Coward, em 1953, encenada no Teatro Íntimo Nicette Bruno.

Em 1958, funda sua própria companhia, o Pequeno Teatro de Comédia, e dirige na estreia o espetáculo O Diário de Anne Frank, com a atriz Dália Palma. Pelo trabalho, Antunes recebe o prêmio de melhor diretor pela Associação Brasileira de Críticos de Arte – APCA e pela Associação Carioca de Críticos Teatrais – ACCT. Em suas peças seguintes, o diretor continua a seguir a linha estética do realismo, como em Alô... 36-5499 e Pic-Nic, ambas de 1959.

Após sua viagem à Itália, em 1960, onde faz estágio com Giorgio Strehler, no Piccolo Teatro de Milão, retorna ao País e dirige As Feiticeiras de Salém, de Arthur Miller, e encerra as atividades do Pequeno Teatro de Comédia, em 1961, com a montagem de Sem Entrada, sem Mais Nada, de Roberto Freire.

Seu primeiro contato com as obras de Nelson Rodrigues acontece em 1965, quando dirige A Falecida para a Escola de Arte Dramática – EAD. Monta no mesmo ano A Megera Domada, de William Shakespeare, que é a peça de estreia do Teatro da Esquina, grupo que funda com outros artistas do teatro.

Dois anos depois, seu primeiro fracasso. A montagem de Júlio Cesar é mal recebida pelo público e pela crítica, sendo vaiada em uma apresentação no Teatro Municipal de São Paulo. Recupera o prestígio um ano depois com a peça Black-Out, de Frederick Knott, com destaque para a interpretação de Eva Wilma.

Durante a década seguinte, desenvolve trabalhos que variam entre o monólogo – Corpo a Corpo, com Juca de Oliveira – e as adaptações de obras já conhecidas – Bonitinha mas Ordinária –, mas seu maior sucesso acontece em 1978 com a montagem de Macunaíma, adaptação da obra de Mário de Andrade, espetáculo que se tornou referência de diversos artistas e percorreu o Brasil e o mundo, sendo encenado em mais de 20 países.

Na década de 1980, Antunes dirige obras voltadas ao público jovem. Aproveita o fim da ditadura e monta diversos espetáculos em oficinas teatrais, tendo como base pesquisar o universo de um texto dramático e construir uma dramaturgia a partir dele. Começa assim uma nova fase em sua carreira, conseguindo subsídios para pesquisa do Serviço Social do Comércio – Sesc. Assim, cria o Centro de Pesquisa Teatral – CPT, escola de formação e grupo permanente. Ousa, em 1990, com o lançamento de Nova Velha História, tendo como base os textos infantis dos Irmãos Grimm, construindo o texto em uma língua imaginária.

Na década seguinte, dirige tragédias elogiadas pela crítica, como Fragmentos Troianos e Medeia, ambas adaptações de textos de Eurípides. Com A Pedra do Reino, de 2006, recebe o Prêmio Bravo! de Melhor Espetáculo Teatral do Ano. Tem uma breve incursão no cinema no ano de 1968, em que dirige o filme Compasso de Espera, com Stenio Garcia.

Fontes: Enciclopédia Itaú Cultural de Teatro; Wikipédia, a enciclopédia livre.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Nelson Rodrigues

"Sou um menino que vê o amor pelo buraco da fechadura. Nunca fui outra coisa. Nasci menino, hei de morrer menino. E o buraco da fechadura é, realmente, a minha ótica de ficcionista. Sou (e sempre fui) um anjo pornográfico(desde menino)." — Nelson Rodrigues

Nelson Rodrigues (Nelson Falcão Rodrigues), dramaturgo, jornalista e escritor, nasceu na cidade do Recife, PE, em 23/08/1912, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 21/12/1980). Oriundo da capital pernambucana e quinto de quatorze irmãos, Nelson Rodrigues mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança, onde viveria por toda sua vida.

Seu pai, o ex-deputado federal e jornalista Mário Rodrigues, perseguido politicamente, resolveu estabelecer-se na então capital federal em julho de 1916, empregando-se no jornal Correio da Manhã, de propriedade de Edmundo Bittencourt.

Segundo o próprio Nelson em suas Memórias, seu grande laboratório e inspiração foi a infância vivida na Zona Norte da cidade. Dos anos passados numa casa simples na rua Alegre, 135 (atual rua Almirante João Cândido Brasil), no bairro de Aldeia Campista, saíram para suas crônicas e peças teatrais as situações provocadas pela moral vigente na classe média dos primeiros anos do século XX e suas tensões morais e materiais.

Sua infância foi marcada por este clima e pela personalidade do garoto Nelson. Retraído, era um leitor compulsivo de livros românticos do século XIX. Nesta época ocorreu também para Nelson a descoberta do futebol, uma paixão que conservaria por toda a vida e que lhe marcaria o estilo literário.

Tônia Carrero

Tônia Carrero
“Ela fala pelos cotovelos!….Mas que cotovelos”, disse o escritor Rubem Braga no Degrau, bar do Leblon, sobre a mulher por quem era apaixonado, Tônia Carrero. Eles já tinham se tornado apenas amigos. Braga sussurrou isso a Paulo Mendes Campos, numa mesa boêmia. Ele, calado como sempre. Ela, desinibida, encantava como sempre.

Tônia Carrero (Maria Antonieta Portocarrero Thedim), atriz, nasceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23 de agosto de 1922. Após longos anos de carreira, é considerada uma das mais consagradas atrizes do Brasil, com marcantes interpretações em cinema, teatro e televisão.

Apesar de graduada em educação física, a formação de Tônia como atriz foi obtida em cursos em Paris, quando já era casada com o artista plástico Carlos Arthur Thiré, pai do ator e diretor Cecil Thiré. Ao voltar da França, protagonizou o filme Querida Suzana. Foi a estrela da Companhia Cinematográfica Vera Cruz - São Bernardo do Campo - SP, tendo atuado em diversos filmes.

A estréia em teatro foi no Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) em São Paulo, com a peça Um Deus Dormiu Lá em Casa, onde teve como parceiro o ator Paulo Autran. Após a passagem pelo TBC formou, com seu marido na época, o italiano Adolfo Celi e com o amigo Paulo Autran, a Companhia Celi-Autran-Carrero que, nos anos 50 e 60 revolucionou a cena do teatro brasileiro ao constituir um repertório com peças de autores clássicos, como Shakespeare e Carlo Goldoni, e de vanguarda, como Sartre.