domingo, 15 de abril de 2012

Carmen Silva

Carmen Silva (Carmem Silva Maria Amália Feijó), atriz de rádio, teatro e televisão, nasceu em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 5 de abril de 1916. Tornou-se atriz em 1939, na Rádio Cultura, emissora de sua cidade, e adotou o nome artístico de Carmen Silva.

No mesmo ano, viajou com a Companhia Iracema de Alencar com a peça "Peg do Meu Coração", de John Hartley Manners. Transferiu-se para Porto Alegre e trabalhou em "Romeu e Julieta" e "Otelo", de William Shakespeare, produções de Ribeiro Cancella, pai de seu futuro marido, o humorista e músico Cancellinha.

No Paraná, atuou na Companhia Totó. Em São Paulo, fez radionovelas na Tupi, América e Record. Além de representar, escreveu programas femininos, humorísticos e infantis, entre os quais se destacaram: "Sequência Alegre" e "Nós, As Mulheres", este último estrelado por Nair Belo.

Em 1955 entrou para a Companhia Dulcina de Moraes e inaugurou o Teatro Guairinha (Curitiba) com a peça "Vivendo em Pecado", de Terence Rattigan. Com Dulcina ainda apareceu em "O Imperador Galante", de Raimundo Magalhães Júnior e "Chuva", de Somerset Maugham.

Em 1957 segue com a Companhia Maria Della Costa para a Europa com os espetáculos Manequim, de Henrique Pongetti, "O Canto da Cotovia", de Jean Anouilh, e "Rosa Tatuada", de Tennessee Williams.

A partir de 1961 integrou o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), trabalhando em "A Escada", de Jorge Andrade; "Yerma", de Garcia Lorca; "A Revolução dos Beatos", de Dias Gomes; e "Os Ossos do Barão", de Jorge Andrade.

Em diferentes períodos participou do grupo Teatro do Rio, de Ivan de Albuquerque e Rubens Corrêa. Voltou a São Paulo em 1972, com a montagem de "Em Família", de Oduvaldo Vianna Filho, sob a direção de Antunes Filho, contracenando com Paulo Autran. Em 1973 conquista o Prêmio Molière por seu desempenho em "Mais Quero Asno que Me Carregue que Cavalo que Me Derrube", de Carlos Alberto Soffredini, com a direção de Elvira Gentil.

Na Cinédia fez seu primeiro filme em 1935: "Estudantes", de Wallace Downey, com Aurora Miranda e Mesquitinha. Em 1949 participou do último musical dirigido por Adhemar Gonzaga: "Quase no Céu", ao lado de Walter D’Avila e Renata Fronzi.

Em 1958 roda com Roberto Santos "O Grande Momento", inspirado no neorrealismo italiano, um dos mais importantes filmes da década.

Em 1974 faz "Guerra Conjugal", com Joaquim Pedro de Andrade, baseado em contos de Dalton Trevisan, no qual contracenou com Jofre Soares. Recentemente participou de "A festa de Margarette", de Renato Falcão, e "Concerto Campestre", de Henrique de Freitas Lima, filmes realizados em 2002.

Na televisão estreiou em 1956, na TV Record, em "Anos de Ternura". Em 1970 apareceu em "Pigmaleão 70", na TV Globo, ao lado de Tônia Carrero e Sérgio Cardoso. Em 1973 marcou presença em delicada composição na novela "Os Ossos do Barão", ao lado de Paulo Gracindo. Por toda a década foi presença constante na TV, na qual se destacou: na TV Tupi, em "A Viagem" (1975) e na TV Bandeirantes, em "O Ninho da Serpente" (1982). Na novela "Mulheres Apaixonadas", na TV Globo (2003), emocionou o Brasil ao lado de Oswaldo Louzada, dando vida a um casal que se tornou símbolo da luta pelos direitos dos idosos.

Em 2004 recebeu o Troféu Cultura Gaúcha, homenagem do governo gaúcho pelo conjunto de sua obra. Muito ligada às suas raízes, participou da série "Continente de São Pedro", produção da RBS TV, com argumento de Carlos Urbim, sobre a história do Estado do Rio Grande do Sul.

Depois de reunir em 2002 seus textos radiofônicos no livro "Comédias do Coração" e "Outras Peças para Rádio e TV", teve sua história registrada pela jornalista Marilaine Castro da Costa em "Carmen Silva, a Dama dos Cabelos Prateados".

Atriz de delicadas interpretações em teatro, cinema e televisão, era no dia-a-dia uma mulher simples e discreta que se dedicou à família e aos amigos e manteve acesa a alegria de viver.

Carmen Silva morreu no dia 21/04/2008, aos 92 anos, em Porto Alegre.

Fonte: http://www.funarte.gov.br