sexta-feira, 22 de julho de 2011

Juca de Oliveira

Juca de Oliveira (José Juca de Oliveira Santos), ator e dramaturgo, nasceu em São Roque, SP, em 16/03/1935. Intérprete de marcantes intervenções, soube galvanizar a platéia com seu estilo eloqüente; tornou-se autor de costumes a partir dos anos 80, alcançando grande sucesso.

Após se formar na Escola de Arte Dramática, estreiou no Teatro Brasileiro de Comédia, sob a direção de Flávio Rangel, protagonizando A Semente, texto de Gianfrancesco Guarnieri de 1961. No mesmo ano, em A Morte de uma Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, obteve significativa premiação.

No Arena participou de A Mandrágora, de Maquiavel, em 1963, e O Melhor Juiz, o Rei, de Lope de Vega, no mesmo ano, duas encenações de Augusto Boal. Novamente com Flávio Rangel, integrou a equipe de Depois da Queda, em 1964, outro texto de Arthur Miller protagonizado por Maria Della Costa e Paulo Autran.

Com Dois na Gangorra, de William Gibson, e A Cozinha, de Arnold Wesker, em 1968, bem-sucedida encenação de Antunes Filho, Juca alcançou expressivo reconhecimento como intérprete. O que o levou a protagonizar, em 1972, a criação de José Renato, Paulo Pontes e Milton Moraes Um Edifício Chamado 200, direção de José Renato, em que ganhou o Prêmio Molière de melhor ator e, no ano seguinte, o monólogo Corpo a Corpo, texto de Oduvaldo Vianna Filho conduzido por Antunes Filho.

Em 1975 é dirigido por Antunes Filho, em Ricardo III, de William Shakespeare; em 1977 atuou no Teatro Opinião, sob a direção de João das Neves, em Dois Perdidos numa Noite Suja, de Plínio Marcos, e em 1978 volta a parceria com o encenador Flávio Rangel em Investigação da Classe Dominante, adaptação livre do próprio Flávio do original de J. B. Priestley.

Em 1979 lançou-se como autor, escrevendo e desempenhando Baixa Sociedade. A bem-sucedida experiência volta a repetir-se pelos próximos anos, ao estrear, em 1982, Motel Paradiso; em 1987, Meno Male, Prêmio Governador do Estado de melhor autor; e Qualquer Gato Vira-Lata Tem uma Vida Sexual Mais Saudável que a Nossa, de 1990; e As Atrizes, de 1991; Caixa 2, de 1997, montagem de extremo sucesso sob a direção de Fauzi Arap. Em todas essas criações, na dupla função de ator e autor, Juca pareceu ter reservado sempre um bom papel para si mesmo, alcançando larga comunicabilidade com as platéias.

Uma pausa para uma peça de casal surgiu em 1984, com De Braços Abertos, texto sensível de Maria Adelaide Amaral que lhe valeu premiação. Sobre o trabalho de Juca e Irene Ravache, a crítica Barbara Heliodora atestou: "Dois atores de grande categoria, que dão largas à sua generosidade interpretativa e completam brilhantemente o complô para que se opere o milagre do teatro. (...) Só um altíssimo grau de profissionalismo por parte de todos os coniventes com esse brilhante e simpático espetáculo alcança esse rendimento".

Uma comédia estrangeira surgiu no currículo de Juca, em 1991: Procura-se um Tenor, de Ken Ludwig, direção de Bibi Ferreira; e um drama bem construído, A Quarta Estação, onde dividiu o palco com Denise Fraga e direção de Fauzi Arap, em 1995.

Na TV, Juca atuou em telenovelas, seriados e minisséries, com destaque para As Pupilas do Senhor Reitor, em 1995, e O Clone, em 2001.

Apreciando a trajetória de Juca de Oliveira, assim caracterizou a crítica Ilka Marinho Zanotto:

"Ver Juca de Oliveira, ator, é obrigação de todo amante de teatro. Em cena é sempre uma força cósmica que galvaniza parceiros e espectadores, esbanjando os macetes da arte de representar com tal sinceridade que diálogos e gestos parecem brotar espontâneos e instantâneos. Juca de Oliveira, autor, vem perseguindo desde a excelente Baixa Sociedade um tipo de comédia de costumes bem brasileira, com leves acentos melodramáticos, à maneira de Abílio Pereira de Almeida.

Patente a preocupação de apontar mazelas da sociedade atual, exemplificando-as em cena à minúcia, não faltando explícita a lição de moral com travo pessimista, como no caso de Motel Paradiso. Sem procurar vanguardas, exercita seu instrumento de autor nos diálogos fluentes, nas situações bem armadas, na franca comunicabilidade, na construção de personagens com profundidade e coerência psicológicas".

Fontes: Enciclopédia Itaú Cultual - Teatro; Wikipédia, a enciclopédia livre.

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